O SS 72 é a pedra fundamental do império bélico dos Opala.
Ele é o primeiro ano da carroceria coupé e, consequentemente, o primeiro SS duas portas (o primeiro SS foi o 71 quatro por tas).
O iluminado que guarda esse pedaço da história na garagem se chama Diego Greboge, um jovem de Curitiba (PR) que pode ser chamado de OPALEIRO com letras garrafais. Além do primeiro coupé, ele também tem o último, o Diplomata 88. No inventário de seu arsenal ainda constam um Gran Luxo 74 e um Comodoro 76. Perguntei se ele tinha algum Maverick e ele respondeu sem sequer colocar o nome na boca: “Desse aí só serve o diferencial”.
Apesar da importância desse modelo o grande foco do projeto era o motor.
Diego primeiro formou o Seizão dos seus sonhos e só depois procurou um berço ideal para ele, que por acaso, ou destino, foi esse Opala histórico. Durante três anos as peças do motor foram compradas e armazenadas no guarda roupas do OPALEIRO — havia a prateleira dos pistões, a gaveta do trem de válvulas, o cabide do virabrequim e assim foi até que o motor quase funcionasse dentro do armário.
Só então, com tudo na agulha, é que Diego comprou essa carroceria de um integrante do Opala Clube de Curitiba.
As peças do motor seguiram para a Benato Racing, responsável pela preparação.
A carroceria (entenda carroceria como apenas a lata, literalmente) foi para
Rotek, oficina que fez toda a montagem do Opala.
Os seis cilindros em linha somam 5,0 L de deslocamento
com o virabrequim Crower e os pistões JE forjados de 4”
com o virabrequim Crower e os pistões JE forjados de 4”
Os três carburadores Weber 44 IDF alimentam com ‘cana’
GM 5.0
Os mais conservadores desaprovariam o motor que a aliança Benato/Diego projetou para o carro. É um 5.0 litros com peças raramente vistas sequer em pistas de arrancada. Bielas Cunnigham, pistões JE e comando roletado podem até ser encontrados dentre os mais rápidos do quarto de milha. Mas o que você me diz de um virabrequim forjado Crower com curso deslocado? Pois então, tudo isso está abaixo da clássica tampa de válvulas Clifford 6=8. Agora você deve entender porque escrevi que o carro é preparado até o osso.
Coletor de escape 6x2 da Dudu, clássico dos opaleiros
Os seis cilindros têm 13,5:1 de taxa de compressão e são alimentados por três carburadores Weber 44 IDF. O resultado dessa combinação é um motor estúpido, que falta com respeito ao SS 72.
Mesmo com pneus Yokohama A048 225/50 R15 e diferencial blocado, a traseira insiste em passar a frente. O uso do carro é complicado.
Os carburadores frequentemente precisam ser limpos devido ao etanol, mas quando estão funcionando o que precisa ser limpo são os pára lamas traseiros, que se enchem de borracha.
O capricho do motor se estende por todo o carro. Para conseguir os itens originais da carroceria e interior foi feita uma peregrinação pelo Brasil. Dentro de Curitiba, a capital brasileira do Opala,
Diego foi pessoalmente a cada loja de vidro, tapeçaria e autopeça da cidade. Mas grande parte dos itens foi comprada pela internet, como conta o proprietário: “A primeira coisa que comprei foi o letreiro lateral OPALA no Mercado Livre, que veio de Belo Horizonte.
Encontrei mais um monte de itens raros no Mercado Livre e as peças chegaram de todo o Brasil. Um dos mais difíceis de encontrar foi o pequeno conta-giros de painel, que saiu apenas nesse modelo.”
Tantos Opala foram publicados em Race Master que parece que já vimos de tudo possível.
Porém, sempre somos surpreendidos e a cada edição aparece um melhor que o outro. Nas pistas
é a mesma coisa, sempre aparece um novo Seizão derretendo pneus. Parece que os Opala nunca vão acabar. Deve haver algum galpão secreto em São Caetano do Sul, na fábrica da GM,
que ainda fabrica essa máquina.
Clique AQUI para ver todas as fotos
Fonte: http://issuu.com/revistaracemaster
Nenhum comentário:
Postar um comentário